Teorias de banheira.

Um dia dei por mim a resolver problemas de matemática e geometria descritiva enquanto tomava banho, algures entre o gel de banho e o shampô, decidi escrever sobre tudo o que me vai na cabeça nestes momentos de puro ócio.

quarta-feira, fevereiro 16, 2005

A idiota ironia do destino...

Pois é, até parece de propósito, mas hoje o quadro desligou a meio da noite.
Não sei se é por ter começado ontem, a escrever sobre os meus banhos, ou por qualquer idiota ironia do destino, mas alguém deve ter achado que eu precisava de assunto. Vai daí...

Deixem-me frisar que eu acordo todos os dias às 07:00, não porque precise, mas porque gosto de tomar o meu galão e a minha torrada enquanto vejo os desenhos animados da manhã. São agora 07:15 e apercebo-me que não há luz... Flashada à filme, O BANHO!!!! A ÁGUA QUENTE!?!?!?!
Raios....logo hoje que vou ao cinema e tudo. Não desespero, não posso entrar em pânico. Medito um pouco sobre o assunto e lembro-me do extenso treino climatérico a que nos sugeitavamos, quando andava no Triatlo. Ok, eu consigo fazer isto. Dispo-me o mais lentamente que consigo para aproveitar ao máximo o calor do pijama, e num acto de coragem que desafiaria qualquer aventureiro, entro para a banheira, "a terrível". Tenho a certeza que neste momento, algures, alguêm se ri de mim.

Começo a pensar que não vai dar, e sou assaltado por um medo terrível do que vai acontecer. Encho-me de dúvidas e ponho em causa todo o aparato, pois posso sempre pôr mais um pouco de perfume, não preciso de passar por tudo isto. Ainda assim, curioso como sou, desafio a própria lógica e convenço-me que vou só sentir para ver se dá. Levo a mão ao manípulo que regula a água e como acontece com a maioria dos manípulos que regulam a água, está calcionado, ao que para abrir um pouco a torneira preciso de uma pressãozinha extra, neste momento um arrepio descontrolado varre-me o corpo até ao braço e finalmente à mão que segurava o dito manípulo. Num instante o pânico invade-me a consciência, pois nada posso contra a velocidade dos acontecimentos. Numa explosão de fúria, o chuveiro, ainda sobre a banheira, varre toda a casa de banho com a água que acumulou nos seus malévolos canos durante toda a noite. Creio que não preciso de especificar o quão fria esta se encontrava, até porque, esperto como sou, abri a torneira errada.
Foi incrível, molhou até sítios que eu desconhecia na minha própria casa de banho. Fiquei um pinto, um sem penas e com um melão de todo o tamanho. Saí da banheira, que se ria em pleno pulmão e caminhei até ao quarto. Vesti o mais quente que tinha disponível e fui-me embora.
Não comi, não vi os desenhos animados, não tomei banho, não tenho as meias a condizer e esqueci-me do lápis em casa.

Até amanhã,